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sexta-feira, 20 de janeiro de 2017

Tropas de Senegal entram na Gâmbia para tirar ex-presidente do poder

 
A operação militar começou pouco depois de o Conselho de Segurança da ONU aprovar uma resolução que respalda as gestões da Cedeao para conseguir que Jammeh entregue o poder, divulgada instantes após a posse de Adama Barrow como novo presidente em um ato realizado na embaixada da Gâmbia em Dacar, capital do Senegal.

“Eu me vi obrigado a fazer o juramento como presidente em circunstâncias excepcionais pelo estado de emergência declarado em meu país, mas a Constituição da Gâmbia garante que se cumpra o ditame dos cidadãos. Minha posse é irreversível”, disse Barrow, que jurou seu cargo na presença de representantes do governo do Senegal, da ONU, da União Africana e da Cedeao.
A ONU reiterou seu pedido a Jammeh para que transfira o poder hoje mesmo e expressou seu “total apoio” às ações da Cedeao, mas sem se referir concretamente à possibilidade de uma intervenção militar para forçar a saída do ex-presidente.
A organização regional, que agrupa 15 países da região e que tentou mediar a crise, mantém soldados de Nigéria, Gana, Mali, Togo e Senegal na fronteira gambiana há dias.
A resolução do Conselho de Segurança não faz menção concreta a essa possível ação armada, mas convoca todos os países da região e as organizações regionais a “cooperar com o presidente Barrow em seus esforços para conseguir a transferência do poder”.
A princípio, Barrow ia prestar juramento em seu próprio país, cujo território é rodeado pelo Senegal, afirmou nesta quarta-feira (18) o ministro de Relações Exteriores senegalês, Mankeur Ndiaye. No entanto, o presidente eleito acabou assumindo fora do país após o fracasso da tentativa de mediação do presidente da Mauritânia, Mohammed Ould Abdel Aziz, por uma transição de governo pacífica.
Tropas regionais, sob comando da Cedeao, foram posicionadas na fronteira da Gâmbia com o Senegal, preparadas para entrar no país e tirar Jammeh do poder. A organização regional, que reúne 15 países da região, conta na região com soldados da Nigéria, Gana, Mali e Togo, além de Senegal, encarregado de comandar a operação militar.
Em dezembro, após a divulgação dos resultados das eleições, a Cedeao já havia advertido que enviaria tropas “para restabelecer a vontade do povo” se Jammeh, há 22 anos à frente do governo, continuasse se negando a ceder o poder. Milhares de gambianos e turistas saíram do país temendo um conflito militar.
Barrow, o novo presidente gambiano, pediu nesta quinta-feira ao exército de seu país que lhe mostre lealdade e não ofereça resistência perante a possível intervenção da coalizão militar regional conjunta para obrigar o ex-chefe de Estado a ceder o poder em Banjul, capital da Gâmbia.
“Como comandante-em-chefe das forças armadas, peço a todos os membros do exército e das agências de inteligência que sejam leais à Constituição e a mim. Eu lhes ordeno que permaneçam em seus postos e não façam uso das armas sem minha prévia ordem”, declarou.
Jammeh declarou estado de emergência nesta terça-feira (17) por um período de três meses, devido à possível intervenção militar no país. Em apoio à medida executiva, o parlamento autorizou Jammeh a permanecer no poder durante esse período.
Por sua parte, o porta-voz da coalizão opositora liderada por Barrow, Halifa Sallah, afirmou que a decisão de decretar o estado de emergência é uma tentativa de impedir a posse do novo presidente. “O estado de emergência não faz sentido já que não há distúrbios na Gâmbia, onde a população respeitou os apelos da oposição, que pediu calma e tranquilidade e para que não respondessem a nenhuma provocação”, disse Sallah.
Apesar de inicialmente ter aceitado sua derrota, Jammeh voltou atrás e declarou que anularia as eleições, que acusou de terem sofrido “influência estrangeira”. “Vamos voltar às urnas porque eu quero ter certeza de que cada gambiano votou sob uma comissão eleitoral independente, neutra e livre de influência estrangeira”, afirmou, sendo criticado pela comunidade internacional.
Jammeh chegou ao poder por meio de um golpe de estado em 1994. Ele foi eleito quatro vezes para continuar no poder do país, embora os resultados sempre tenham sido contestados. Nas eleições de 2016, no entanto, Adama Barrow venceu com 45,5% dos votos, contra 36,6% dos votos de Jammeh, em um pleito que teve a participação de 65% da população gambiana.
Nos últimos dias de seu mandato, Jammeh contava com cada vez menos apoio dentro do seu próprio governo, com a renúncia de quatro ministros, além da então vice-presidente, Isatu Njie-Saidy.
Opera Mundi

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